Convênio ou SUS?

Por Portal Opinião Pública 23/03/2023 - 12:28 hs
Foto: Divulgação

Dr. Luiz Marcelo Chiarotto Pierro

Nos últimos anos, a pandemia, o desemprego e a crise financeira brasileira, obrigaram parte da população a trocar o convênio pelo SUS. Mas qual é melhor?

Os convênios são chamados de “saúde suplementar”. A saúde suplementar no Brasil é a atividade que envolve a operação de planos de seguro privado, de assistência médica à saúde. Essa operação é regulada pelo poder público, representado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As operadoras compreendem seguros especializados em saúde, medicina de grupo, cooperativa, instituições filantrópicas e autogestão.

Portanto, os convênios médicos não têm parceria com o SUS, ainda que sejam regulados pelo poder público, sendo que é uma empresa quem faz a negociação entre o cliente e os profissionais de saúde. Sua vantagem é a maior rapidez no atendimento e a necessidade de cumprir metas para não apresentar as fragilidades do SUS.

Já o SUS (Sistema Único de Saúde) funciona por meio de investimentos provenientes de impostos e é regulado pelo Ministério da Saúde. Esse modelo possui metas a nível nacional que, quando cumpridos por uma cidade, aumentam o repasse do Governo Federal. Um exemplo é o cuidado com os pacientes hipertensos e diabéticos, que contam com um programa específico do governo. Ou seja, quanto mais a cidade trata seus pacientes hipertensos e diabéticos, maior o repasse.

O convênio médico trabalha com o valor financeiro das mensalidades e, com isso, obriga os clientes a necessariamente terem autorização para determinados procedimentos. Já no SUS, que preconiza uma saúde universal, esse tipo de autorização não é necessário.

Com o influxo de pacientes do convênio para o SUS, o número de leitos disponíveis para a população é sempre limitado. Principalmente em unidades de terapia intensiva. No convênio o número de leitos deveria ser suficiente para abranger todos os conveniados.

Os protocolos de atendimento são iguais, tanto no SUS como no convênio. O tratamento para infarto do coração, medicações e doses é igual tanto nos hospitais por convênios como no SUS. A diferença básica é o tempo para consultas e exames. Nos convênios, existe um limite de tempo de espera para consultas, enquanto no SUS não existe esse tipo de regulação. Quanto aos profissionais, grande parte dos que trabalham com convênio, também atendem no SUS.

Concluo que o SUS ainda é uma vantagem para o Brasil, diferente de outros lugares do mundo. Mas o convênio veio para suprir as demandas não resolvidas pelo SUS. Tanto convênio quanto o SUS tem sua vantagens e desvantagens. Porém, quanto mais lutarmos pelo SUS, menor será nossa dependência da saúde suplementar.